quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Deficiente: você ainda vai ser


O Ministério do Desenvolvimento Social fez uma pesquisa com 190 mil famílias que recebem o Benefício de Prestação Continuada, porque têm em casa criança ou jovem com deficiência intelectual ou física.
Ele só é pago a famílias com renda per capita inferior a um quarto do salário mínimo, ou R$ 127,50. 

Descobriram que quase um terço dos meninos, 32%, não frequenta escola.
Razões alegadas: 53% dos pais consideram que o filho não tem condições de aprender, 10% temem que ele seja discriminado, 9% temem violência, 13% não têm quem leve ou acompanhe o filho até a escola.

Muita gente não sabe que é direito de todos os deficientes a matrícula em escola regular. É a posição do Ministério da Educação e de muitas entidades representativas.
Claro que o governo defende a inclusão, mas não viabiliza o cumprimento da regra, como de costume.

Parece esquisito em princípio, você botar um moleque cego, surdo ou com paralisia cerebral na classe com crianças “normais”. E é mesmo.

Como o professor vai dar a atenção necessária para quem tem necessidades especiais, sem descuidar das necessidades dos outros?
E se tiver surdo na sala, precisa sempre ter um intérprete que conheça LIBRAS, a linguagem brasileira de sinais? E se for cego, lê livro em braille?

No final, todo mundo vira deficiente. Vai apagando velinha, vai ficando surdinho, cegueta, manquitola, e vai que vai. Para escapar, só morrendo jovem.

E bem antes do final, a gente já começa a conviver com as deficiências conforme nossos avós e pais vão envelhecendo.
Se você pensa que é dureza ser pobre, ou deficiente, não faz ideia do que é ser deficiente pobre.

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