sábado, 10 de abril de 2010

Não há lugar para amadores no jornalismo

estudantes
Faculdades de Jornalismo jogam mais de 7 mil jovens no mercado todo ano. E costumam ser vistas como inúteis ou desnecessárias.
Há uma boa dose de razão nesse preconceito, alimentado pelas fábricas de diplomas que infestam este país. No coro dos que descem a lenha, muitos empresários de comunicação gostam de dizer que é possível formar um jornalista, dentro de uma redação, em três, quatro meses.
Esses patrões devem saber do que estão falando – mesmo porque pra fazer a porcaria que  muitos deles entregam não é preciso estudar muito: basta uma pitada de puxa-saquismo do poder e um sentimento de superioridade típicos dos que se julgam acima da sociedade que deveriam representar.
O jornalismo brasileiro evoluiu. Não há mais espaço para amadorismo ou truculências (à exceção do Diogo Mainardi e o Reinaldo Azevedo, argh).
Formar opinião é hoje uma atividade profissional e a manutenção do poder demanda requintes de inteligência. Não há mais lugar para amadores.
Difícil é ver nas primeiras páginas, nas capas de revista, nos telejornais da noite, nos programas de rádio, na internet, o verdadeiro rosto da multidão. “A dor da gente não sai no jornal”, ensina o samba popular.
Inquietação, comprometimento, sensibilidade, coragem, capacidade de se indignar, isso ninguém aprende em três, quatro meses. É obra de uma vida inteira.

E os meninos estão apenas começando. Venham!

quinta-feira, 8 de abril de 2010

A cor da pele não torna um miserável melhor que o outro

O Supremo Tribunal Federal vai julgar este ano a constitucionalidade da política de cotas raciais que foi implantada em algumas universidades públicas. O tema é polêmico pra caramba. Mas aposto que vai prevalecer a visão de que o Brasil precisa encontrar mecanismos para compensar os séculos de opressão a negros e índios.
Que somos um país injusto, grande novidade. E bota injustiça nessa história. Somos perversos, isso sim. Nossa concentração de renda é uma ofensa à humanidade. Dizem que melhorou um pouquinho. Não é o que vemos nas ruas. Enfim.
Igualdade é tratar de forma desigual as coisas desiguais. Touché. Esse mandamento marxista é irrepreensível. Não dá para discordar. Todos deviam se guiar por ele.
estudos
Mas temos tantas desigualdades que praticar esse lema é um desafio para toda a nação. Por onde começar? E onde isso vai parar? Some-se o fato de sermos um país miscigenado. Um samba do crioulo doido.
Só tenho a convicção que os desiguais no Brasil têm algo em comum: são pobres. Negros, brancos, mulatos, mamelucos são em sua maioria marginalizados pela pobreza.
Esse deveria ser o ponto. Se devemos ter uma política de cotas, que ela seja por critérios socioeconômicos. Existem (poucos) negros ricos. Eles não precisam de ajuda. Existem milhões de brancos pobres. A cor da pele não pode tornar um miserável melhor que o outro.
Como também sabemos que a maioria dos negros é discriminada economicamente, ela também seria a maioria dos assistidos por essas políticas afirmativas. Simples, não?
Mas falo isso tudo bem baixinho. Tem um monte de racista por aí. Nem adianta argumentar com eles. Já começam a chamar todo mundo de vagabundo e preguiçoso. Duro é quando um pobre pensa assim. Esse que se dane.

EM BOM ESTADO

Nos Estados Unidos, os estados são unidos apenas no nome do país. Na verdade, cada um deles tem leis diferentes e demonstram evidentes sinais de bairrismo.  Uma das formas utilizadas para enaltecer seu território é a exibição de uma espécie de slogan de cada estado, nas placas dos automóveis.


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 Agora, vamos imaginar essa coisa no Brasil... Placas de carro com o slogan dos nossos estados:

* Mato Grosso do Sul: “Bem mais perto que o Mato Grosso”

* Sergipe: “Pelo menos não somos o Piauí”

* São Paulo: “Não há vagas”

* Paraná: “É por aqui que passa a muamba”

* Acre: “Sim, existimos”

* Rondônia: “Longe pa dedéu”

* Minas Gerais: “Muito mais que pão de queijo: tem doce de leite, torresminho...”

* Paraíba: “4 milhões de habitantes e um nome: Severino”

* Rio Grande do Sul: “Terra de macho. Cada um com o seu”

* Bahia: “Meia hora leva um mês”

* Rio de Janeiro: “Paulista aqui é otário”

* Distrito Federal: “Trabalhando duro de terça a quarta”

* Amazonas: “Conheça antes que acabe"