quinta-feira, 8 de abril de 2010

A cor da pele não torna um miserável melhor que o outro

O Supremo Tribunal Federal vai julgar este ano a constitucionalidade da política de cotas raciais que foi implantada em algumas universidades públicas. O tema é polêmico pra caramba. Mas aposto que vai prevalecer a visão de que o Brasil precisa encontrar mecanismos para compensar os séculos de opressão a negros e índios.
Que somos um país injusto, grande novidade. E bota injustiça nessa história. Somos perversos, isso sim. Nossa concentração de renda é uma ofensa à humanidade. Dizem que melhorou um pouquinho. Não é o que vemos nas ruas. Enfim.
Igualdade é tratar de forma desigual as coisas desiguais. Touché. Esse mandamento marxista é irrepreensível. Não dá para discordar. Todos deviam se guiar por ele.
estudos
Mas temos tantas desigualdades que praticar esse lema é um desafio para toda a nação. Por onde começar? E onde isso vai parar? Some-se o fato de sermos um país miscigenado. Um samba do crioulo doido.
Só tenho a convicção que os desiguais no Brasil têm algo em comum: são pobres. Negros, brancos, mulatos, mamelucos são em sua maioria marginalizados pela pobreza.
Esse deveria ser o ponto. Se devemos ter uma política de cotas, que ela seja por critérios socioeconômicos. Existem (poucos) negros ricos. Eles não precisam de ajuda. Existem milhões de brancos pobres. A cor da pele não pode tornar um miserável melhor que o outro.
Como também sabemos que a maioria dos negros é discriminada economicamente, ela também seria a maioria dos assistidos por essas políticas afirmativas. Simples, não?
Mas falo isso tudo bem baixinho. Tem um monte de racista por aí. Nem adianta argumentar com eles. Já começam a chamar todo mundo de vagabundo e preguiçoso. Duro é quando um pobre pensa assim. Esse que se dane.

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